Fiz o
trajeto da Estrada Real, passando por Caxambu, Sao Lourenço, Tiradentes e
outras tantas cidades daquela região. Pousei em Tiradentes e à noite busquei
por um restaurante nao "de", mas pelo menos "com" a comida
mineira. Decepção foi pouco. A miscelânea de Búzios com Parati que se tornou
Tiradentes, despersonalizou a cidade. Nada contra paulistas e paulistanos, mas
os cardápios por lá são uma homenagem ao paladar deles. Shows intermináveis de
pizzas, sopas dentro de paes italianos, calzonne, gnocchi e derivados supitavam
a farinha de trigo pelas ruas traçadas nas doces e desniveladas capistranas.
Intrigou-me o desentender da gastronomia local que, rica em alternativas e
sabores da mineiridade genuína, ali não dispusesse de uma singela sugestão de
frango ao molho pardo, angu, um tutu com couve e torresmo, uma vaca atolada e,
por um mínimo minomorum, "um cafezin com paozim de queijo". Morreu
Tiradentes, morreu a Tiradentes. Sobrou-nos na paisagem imensos toldos com cara
de Estocolmo, cobrindo mesas quase palcos para a turba ignara que adotou a
cidade em nome de um amor histórico.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
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