A dieta da manteiga

Pão e manteiga do restaurante Fäviken, na Suécia
Confissão: gosto de comer manteiga como se fosse queijo. Quando é boa, não espalho uma fina camada no pão. Coloco logo um pedaço inteiro, para sentir bem o gosto.
Manteiga do hotel Ett Hem, em Estocolmo
Sabe quando perguntam  o que você pediria se estivesse preso em uma ilha deserta e pudesse comer uma coisa só? No meu caso, seria pão com manteiga.
Sempre achei a manteiga brasileira uma porcaria. Sem graça, sem gosto. Raramente como.
manteiga do restaurante Sture Hof, em Estocolmo
Se fosse generalizar, diria que países frios fazem manteiga melhor. E essa impressão só se fortaleceu nesta minha ida recente à Suécia. Não comi uma manteiga sequer que fosse apenas mediana. Todas excelentes! Algumas quase cor de gema de tão amarelas. Notava-se o sal bem presente, às vezes quase exageradamente. E sal do bom, dava para sentir.
manteiga do restaurante Gastrologik, em Estocolmo: quase salgada demais
Os restaurantes parecem saber disso: servem farta porção, geralmente sobre  uma pedra e à temperatura ambiente, com faca de madeira. Um convite à gula.
Resultado? Empanturrei-me!
Maravilhosos pão e manteiga do restaurante Frantzén/Lindeberg, em Estocolmo. Ambos feitos na hora, na frente do cliente!
Por mais que eu tenha adorado as manteigas suecas, até hoje a melhor manteiga da minha vida, que comi às colheradas, descontroladamente, encontrei no restaurante NOMA, em Copenhague.
Feita do creme do leite de vacas especiais, de raça rara, norueguesa, pelo produtor Patrick Johansson, apelidado de “Butter Viking”. Mas vejam só vocês: descobri a manteiga dele na Dinamarca, mas na verdade ele é sueco!
Aos interessados, eis um vídeo em que ele explica, no MAD Symposium,  evento do chef René Redzepi, o que sua manteiga tem de tão especial (ele fala de outros assuntos na primeira metade da palestra, comecem no minuto 17). Uma de muitas pérolas do “viking”: “bactérias lácteas são minhas amigas”.